Liga das Estrelas – Jackson Kestring

Fotos: Jô Pilger (1 e 2), Klaus Wagner (3)

Liga das Estrelas – Jackson Kestring

Os jogadores são as verdadeiras estrelas do futebol americano brasileiro.

A coluna “Liga das Estrelas” de hoje é com o quarterback Jackson Kestring, destaque do São José Istepôs na Liga Brasileira de Futebol Americano.

Quando começou a jogar ?

Comecei a jogar em 2007, no time Jaraguá Breakers. Fiquei em Jaraguá até o ínicio de 2009 quando me mudei para Florianópolis e comecei a jogar pelo Istepôs no ínicio da era de equipamentos completos.

Qual o aspecto do jogo que mais te chamou atenção na época, qual o aspecto do jogo que você mais gosta hoje em dia?

Sem sombra de dúvidas o que mais me chamou a atenção quando comecei foi ver jogadores de 150kg e quase 2 metros de altura jogando ao lado de outros de 1,60 e 60kg, algo que você quase nunca se vê em um esporte. Mas o que mais me impressiona hoje é toda a preparação física e principalmente mental na qual você tem que passar antes de conseguir jogar em um bom nível. Todo o estudo de estratégias, gamefilms, jogadas e leituras que você tem que fazer antes, durante e depois de um jogo é algo que sempre me deixa empolgado.

Qual a sua melhor característica como jogador ?

Não diria que é a minha melhor característica, mas sem dúvida é a que eu mais consegui aperfeiçoar no último ano: minha leitura de jogo. Muitos pensam que o que você precisa para ser um bom quarterback é apenas ter um bom passe, eu mesmo quando comecei a jogar pensava isso. Mas conforme fui conhecendo melhor o jogo quando comecei a jogar de quarterback, percebi que, muito mais que um bom passe, o que um quarterback precisa é um perfeito entendimento de tudo que está acontecendo em campo. Saber o que cada jogador defensivo está fazendo antes e durante uma jogada, e saber como você pode aproveitar isso em favor do seu time se utilizando das estratégias que você tem em mãos é de crucial importância.

Em qual quarterback da NFL você se inspira ou gosta de ver jogar ?

Tom Brady. Um jogar que além de conseguir fazer os passes que faz, erra muito pouco, dificilmente você ve ele sendo interceptado.

Um conselho que você recebeu de um técnico ou companheiro de time que jamais esquecerá ?

Em 2009, quando entrei no Istepôs, lutei muito para conseguir a posição de QB titular. Porém, após tê-la conseguido, acabei quebrando o braço duas vezes naquela temporada e joguei só 2 jogos. Na temporada seguinte acabei no banco de reservas, e estava muito mal por isso. Percebendo isso, dois dos meus técnicos decidiram vir falar comigo, disseram que eu era o QB do time e que sabiam que eu conseguiria liderar o Istepôs por muitos anos, mas que, antes disso, eu precisaria ter um pouco de paciência. Um tempo depois recuperei a titularidade e consegui ficar 9 jogos seguidos sem nenhuma interceptação, um recorde pessoal.

Qual foi sua melhor partida como jogador ? Qual foi sua jogada inesquecível ?

A minha melhor partida acredito que foi o segundo jogo contra o SCS Chacais pela LBFA nesse ano, no qual vencemos por 40 a 0. Foi o jogo no qual menos cometi falhas e consegui marcar 4 TDs, 3 passando e 1 correndo. Porém, uma partida que me marcou muito foi a nossa vitória contra o Ponta Grossa Phantoms pelo TT do ano passado. Faltando 3 minutos para o fim do jogo, estávamos perdendo por 21 a 16 e pegamos a bola na linha de 20 jardas do campo de defesa. Consegui ajudar o meu time, através de vários passes e algumas corridas, a avançar o campo todo e fazer o passe para TD que nos garantiu a vitória por 24 a 21 com 10 segundos para acabar o jogo.

A jogada inesquecível aconteceu esse ano mesmo no nosso primeiro jogo contra o SCS Chacais. O jogo estava empatado em 7 a 7 e já estava na segunda prorrogação, debaixo de muita chuva. Logo na primeira jogada do drive, o coordenador ofensivo chamou uma jogada, porém, decidi mudá-la de última hora e chamei uma play-action. Após fazer o fake, enquanto meu WR cruzava o campo, fiz um passe que deixou ele em posição de marcar no canto esquerdo da endzone, vencemos o jogo por 13 a 7.

Se não jogasse como quarterback, em qual posição gostaria de jogar ?

Se não fosse QB eu gostaria de jogar de retornador, uma posição na qual já joguei, e de halfback. Também admiro muito o trabalho de um bom cornerback e gostaria de jogar nessa posição, mas não me arriscaria, pois pelas poucas vezes que fiz a experiência já deu pra perceber que eu provavelmente seria o pior cornerback do Brasil.