A rivalidade entre Flamengo e Vasco nasceu nas disputas do remo, na década de 1910. Poucos anos depois, quando a equipe cruz-maltina subiu para a elite do futebol, ela passou a existir também no esporte bretão. Com o tempo, o duelo ganhou o nome de "Clássico dos Milhões", já que movimenta milhões de pessoas e dinheiro ao redor do país. E, em um domingo com muito sol e alta temperatura na Ilha do Governador, um pouco amenizada pelo vento, os dois gigantes escreveram mais um capítulo em sua história. Mas agora, com uma bola oval, no futebol americano. O Rubro-Negro levou a melhor no primeiro clássico da modalidade, com o placar de 14 a 12, no Estádio Luso-Brasileiro, em um jogo bastante nervoso.
- Foi maravilhoso, um jogo emocionante, resolvido nos detalhes. Estamos vivendo essa situação de definir tudo no final nos últimos jogos. Mas vencer hoje foi muito importante, principalmente porque nos leva a mandar os jogos dos playoffs em casa - relatou o quarterback Ramon Martire ao GLOBOESPORTE.COM.
O meia Juninho Pernambucano, do time de futebol do Vasco, esteve no treinamento da equipe cruz-maltina durante a semana, ganhou uma camisa e “adotou” os jogadores do futebol americano. Mas aproveitou também para dar uma alfinetada nos rubro-negros e repetiu um gesto já havia feito nos gramados para a torcida rival pelo Campeonato Brasileiro. Em campo, o Rubro-Negro não quis saber da provocação e saiu vitorioso.
- Foi uma partida complicada. Quase conseguimos no final, mas não deu. Mesmo assim, os jogadores foram muito bem - disse o auxiliar técnico vascaíno Moe Banks.
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Em campo, no jogo válido pelo Torneio Touchdown 2013, torneio nacional de futebol americano, um dos destaques foi Bred, que fez o primeiro touchdown da história do “Clássico dos Milhões” pelo Vasco. Do lado do Flamengo, o camisa 10 Ramon Martire puxava as tentativas de descida e dava bons passes, mas a defesa vascaína estava bem. Vinny, do Rubro-Negro, foi o responsável pelos dois touchdowns da equipe da Gávea, demonstrando bastante velocidade e precisão. Um foi marcado no primeiro tempo, e o outro, na etapa complementar.
Enquanto a temperatura caía na Ilha do Governador com a chegada do fim da tarde, o fim de jogo foi bastante nervoso e esquentou o clima no gramado. Embalado pelos gritos de “time da virada” vindos das arquibancadas, o Vasco pressionou demais, marcou seu segundo touchdown com excelente corrida de Roni, mas, assim como no primeiro quarto, desperdiçou o ponto extra. A equipe da Colina ainda recuperou a posse de bola em uma bobeira rubro-negra e teve a possibilidade de avançar nove jardas com Zani na última campanha ofensiva. Mas a sólida defesa do Flamengo segurou as pontas e garantiu o triunfo, que fez do time o “seed 1”, com a melhor posição na classificação geral e garantindo o mando de campo dos playoffs.
O curioso do duelo foi a rivalidade tanto na torcida quanto entre os jogadores, que lembrou uma partida de futebol. Segundo eles próprios, o duelo era muito aguardado porque os atletas já se enfrentaram em outras ocasiões por times que defenderam antes. Até mesmo no futebol americano na praia. Com três anos de existência contra um do rival, o Vasco demonstrou mais organização em campo e também fora dele. A equipe tinha até um mascote vestido de pavão, já que um dos patrocinadores leva o nome do animal. Mas a raça e a experiência dos jogadores do Flamengo, cuja maioria veio do extinto Fluminense, falou mais alto no fim das contas.
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