Brasil Bowl I
Cuiabá Arsenal - Entrevista com o linebacker e wide receiver Igor Mota de Oliveira
Por Ana "Kika" Cristina
Quem não conhece o estado de Mato Grosso deve imaginar um estado rural e até mesmo povoado por aborígenes, longe da civilização. Ledo engano. Além de ser o celeiro do Brasil é um dos estados que mais tem se desenvolvido em todo país tanto na produção de super safras de soja, arroz quanto na determinação de seu povo através do esporte. Um povo rico tanto na miscigenação quanto na hospitalidade e garra!
Terra do Cuiabá Arsenal, Cuiabá Angels e do Sinop Coyotes, terra também do Pantanal Bowl.
Pantanal Bowl que foi a primeira competição de futebol americano da modalidade tackle full pads entre times brasileiros. Realizada no Estádio Dutrinha em Cuiabá, já teve três edições sendo que o Cuiabá Arsenal venceu em 2007 e 2009 e o Botafogo Mamutes do Rio de Janeiro em 2008.
Cuiabá Arsenal que foi fundado em Abril de 2006, campeão do Pantanal Bowl 2007, Brasília Bowl 2008, Sorocaba Bowl 2008, vice campeão do Brasilia Bowl 2007 e Pantanal Bowl 2008, um dos finalistas do Torneio Touchdown 2009, com 60 jogadores equipados e que tem como líder um dos pioneiros e desbravador do Futebol Americano no país, Orlando Ferreira Júnior. Com sede em Cuiabá, capital do estado, o time conta com dois campos para treinos, treina três vezes por semana e se dedica com afinco nas competições nacionais. Embora a distância ainda atrapalhe muito o ritmo e costume de jogos do time.
Sinop Coyotes fundado em novembro de 2008 na cidade de Sinop, no norte do estado de Mato Grosso, a 500 km da capital, formado basicamente por jogadores jovens mas determinados em difundir esse esporte nas fronteiras da Amazônia.
Esses dois times e o Pantanal Bowl são a prova viva de que distância não atrapalha quando a paixão por Futebol Americano fala mais forte e a determinação em defender seu estado e expandir esse esporte supera qualquer dificuldade de logística.
Dentre os jogadores destaca-se Igor Mota de Oliveira, o Igornidas, LB # 14 do Cuiabá Arsenal, educador físico e personal trainer.
Nascido em 04 de Março de 1986 na cidade do Rio de Janeiro, filho de Aluisio (o Bitchô) , o tranqüilo e de Miriam (Mãeriam), a determinada, ele teve que ir ainda pequeno para a cidade de Cuiabá devido a problemas de saúde.
Com 2 anos de idade e “quatro metros de cabeça” (segundo Dandan) já foi devidamente introduzido a cultura cuiabana. Deixou o Rio de Janeiro com seu samba e pagode por Cuiabá com seu rasqueado, siriri e cururu. Rio de Janeiro do carioquês carregado no “r” para o sotaque peculiar do cuiabano. Quem nunca ouviu um cuiabano falar “petche com matchitche” (peixe com maxixe) ou “tchupa que é cadjú” (chupa que é caju) não sabe o que é regionalismo. Mas ele ainda conseguiu misturar o sotaque carioca com o sotaque cuiabano, prá não desagradar nem Rio e nem Cuiabá. E em ambas as cidades a alegria de um povo festeiro.
Campeão de futsal na Copa Centro América de futsal com 14 anos. Jogou futsal como ala e soccer no time da UFMT como lateral e volante.
Sua história com o Futebol Americano:
“Em 2004 fui convidado por um grande amigo para ir "brincar" de football com uns desconhecidos (poucos)...Na época não me empolguei muito pois era fanático por soccer e jogava no time de futsal e de futebol de campo da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), e havia acabado de chegar do RJ tentando passar no vestibular por lá. Então fui uma vez e não ia com freqüência mas o espírito competidor se aguçou quando houve a possibilidade de ter um torneio entre 4 times formados aqui mesmo pelos "amigos" que jogavam. Desde então fui crescendo como jogador ao mesmo tempo que o FA crescia por aqui.
Joguei com equipamentos no Uruguai pela Seleção Brasileira, depois disso só em 2009 antes do Torneio de Seleções 2009. Tive que dar essa parada em 2008 e 2009 pois tive uma fratura no arco zigomático (osso ao redor do olho) no Torneio de Sorocaba.”
Em 2010 fiz parte da Seleção de Mato Grosso, mas infelizmente a distância (33 horas de viagem de ônibus) prejudicou muito, além do que imaginávamos, mas tudo vem a somar, até as derrotas!
Aprendemos muito com isso, tanto que batalhamos (eu e meus companheiros) para levar o Cuiabá Arsenal à essa final do Brasil Bowl I.
E o Igornidas?
Daí você deve me perguntar..se o nome dele é Igor, porque todo mundo o chama de Igornidas?
Em 480 antes de Cristo, durante a famosa batalha de Thermopylae, o rei de Esparta, Leônidas, lidera um exército de 300 homens contra o avanço dos persas, comandados por Xerxes. Na História, a batalha ficou marcada por ter inspirado toda a Grécia a se unir consolidando-se como berço da democracia. O filme “300” lançado em 2007 inspirou um amigo a juntar os nomes Igor + Leônidas = Igornidas.
Leônidas foi para a guerra com o seguinte objetivo “viver e morrer por aquilo em que se acredita!”
Igornidas vai para Embu das Artes para disputar o Brasil Bowl I, vai para “jogar, perder ou vencer mas não desistir daquilo em que acredita!”
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